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A Casa e a Causa

Camilo
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Defrontamo-nos, vezes sem conto, com infindáveis pendências em torno da questão do governo das Instituições do Espiritismo, sua administração, suas atividades. Avaliamos, contudo, que os contendores, estão, quase sempre, defendendo cores e ideias pessoais que, comumente, retratam desajustes emocionais, anseio de domínio ou neuroses várias, consubstanciadas em teimosia injustificada, detendo-se em pontos de vista ou achismos inconvenientes ou caprichosos.

Surge, porém, o momento em que se devem amadurecer conclusões, embasadas, entretanto, no Evangelho de Jesus Cristo e na Mensagem Espírita, que O reaviva.

Quando se reúnem companheiros empenhados em difundir as benesses doutrinárias espíritas, faz-se importante observar que o trabalho espírita traduz-se por abnegação desinteressada, espírito de sacrifício, renúncia superior, esforço continuado para a implantação da luz entre lôbregos escombros.

Para que a Instituição, decididamente, atue no labor da caridade, que se transforma em pilar abençoado do Consolador, nos dias de agonias e dores, desencantos e lágrimas do mundo, recorrer-se-á, sem dúvida, aos diversificados elementos que contribuam para atingir-se os objetivos luminosos.

Torna-se imprescindível a consciência da necessidade de ser útil, empregando esforços para angariar recursos materiais para a mantença da Obra, sejam campanhas beneficentes, serviços artesanais, que se convertem em renda pecuniária, desde que não se desloquem, tais atividades, dos princípios de nobreza evangélica, exarados pelo Apóstolo das Gentes, quando nos afirmou que "tudo nos é lícito, mas, nem tudo nos é conveniente ..."

É necessário coordenar os meios de, após a equipe afinada nos sentimentos e emoções cristãos, erigir-se as paredes que abrigarão os irmãos unidos nas lides em questão, atentos, no entanto, à expressão do Mestre sobre a precaução de construir-se, sobre a rocha da fé e da fidelidade ao bem, a casa que abriga da intempérie, sem ruir pela precariedade das bases ...

Apresenta-se, como de enorme validade, o serviço da higienização das suas dependências, para que o asseio promova bem-estar aos que a ela se acheguem, alertando-se, contudo, para as exteriorizações vibratórias dos tarefeiros desavisados, na condição de detritos morais infelizes, gerando miasmas e torpezas, comprometendo os propósitos sagrados do conjunto, atraindo, por sintonia, Entidades perturbadoras e sem compromissos com o bem, sempre prontas a desagregar, confundir, danificando sem piedade as obras onde se alojam.

Aos responsáveis pela obra, no seu aspecto material, nunca serão demais a atenção e os cuidados para que não se olvidem os preceitos legais, perante o mundo, sem abrirem mão dos compromissos para com a eloquente Doutrina Espírita, não deixando apagar-se ou, sequer, nublar-se o conteúdo imortal dos seus ensinamentos por quaisquer especulações ou novidades que estejam nos desfiles da moda ideológica dos caçadores de novidades que, como à época de Jesus, jamais faltaram. Os servidores encarnados do Núcleo Espírita deverão manter estreita vinculação com a indispensável vigilância e com a oportuna oração, de modo a alcançarem o pretendido êxito.

Perante quaisquer dúvidas que se interponham entre os Estatutos efêmeros de Cezar e os Códigos eternos do Cristo, não trepidemos em face da opção. Estaremos sempre com Cristo, embora respeitemos a Cezar.

Por mais devamos respeito às disposições do mundo dos homens, estejam sempre vivos em nós os deveres espirituais para com a Causa Espírita que, mais dia, menos dia, nos alevantará dos lúridos passos da Terra para o zênite de luz, na grandeza estelar, com os caroáveis Guardiães que nos amparam.

A Equipe, portanto, dar-se-á ao labor de atender às abençoadas lutas e necessidades materiais da Casa sem, entretanto, olvidar que, acima de todas as injunções que nos ligam ao templo de pedra, que o tempo abaterá, temos o compromisso de aprender e vivenciar, servir e crescer, assumido com a Causa que, por bênção de Deus, brilha mais alto, sobre todos os nossos pontos de vista e acima de todos nós.

(Mensagem do livro Cintilações das Estrelas, psicografado pelo médium José Raul Teixeira).

 

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