O Codificador, no item primeiro da Introdução ao Estudo da Doutrina Espírita, foi enfático ao afirmar Para se designarem coisas novas são precisos termos novos. Assim o exige a clareza da linguagem, para evitar a confusão inerente à variedade de sentidos das mesmas palavras.

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E as primeiras palavras que define são exatamente Espírita e Espiritismo, cuja forma lembra a origem e o sentido radical e por isso mesmo têm a vantagem de ser perfeitamente inteligíveis.

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Em tempos em que muitos parecemos ter esquecido coisas básicas, importante recordarmos alguns vocábulos que, de forma lamentável, temos substituído por outros, que nada têm a ver com a Doutrina Espírita.

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Por exemplo, lembremos o vocábulo Reencarnação. Embora a ideia das vidas sucessivas remonte à Antiguidade, conhecida como Palingenesia, Metempsicose ou Transmigração das almas, o vocábulo passa a ser consagrado, exatamente a partir de O Livro dos Espíritos.

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Em sua primeira edição, lançada em 18 de abril de 1857, que contém somente 501 questões, encontramos no capítulo VII, denominado, Différentes incarnations – Múltiplas encarnações, como terceiro subitem – But de la réincarnation – Objetivo da reencarnação.

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E, logo, na questão de número 126: Sur quoi est fondé le dogme de la réincarnation?  – Em que é fundamentado o dogma da reencarnação?

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Em Le livre des médiums, publicado em 1861, o primeiro capítulo é dedicado ao Vocabulaire Spirite – Vocabulário Espírita. Entre as mais de 190 entradas, encontra-se Réincarnation –  Retour de l’Esprit à la vie corporelle. – Reencarnação – Retorno do Espírito à vida corporal.

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A respeito desse vocábulo, encontramos anotações no latim tardio, nos séculos XVI e XVIII –  termo erudito e acadêmico – reincarnatio, reincarnationis, tendo passado para as línguas românicas e para o inglês.

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 http://www.latin-dictionary.net/definition/33192/reincarnatio-reincarnationis

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De acordo com o dicionário inglês Shorter Oxford, foi usada pela primeira vez em 1858, sendo definida como ato de encarnar novamente.

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O Dicionário da Língua Portuguesa, de Aurélio Buarque de Holanda Ferreira traz Reencarnação como  o ato ou efeito de reencarnar-se [reassumir o Espírito a forma material. Tornar a encarnar.]

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Menciona ainda os verbos encarnar e reencarnar.

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Portanto, somente na sua conjugação poderemos ter as formas verbais encarne [que ele/ela encarne] e reencarne [que ele/ela reencarne].

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No Dicionário Michaelis, encontra-se o vocábulo Reencarnação.

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Encarne aparece como derivação regressiva de encarnar. Nenhuma referência a reencarne.

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Portanto, a forma correta de nos referirmos ao retorno do Espírito à vida corporal, é REENCARNAÇÃO – tenhamos em conta.

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Nenhum simples preciosismo mas, sim, a correta maneira de expressarmos o que aprendemos na Doutrina Espírita.

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Fonte: Jornal Mundo Espírita (Fevereiro 2018)

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